Amor, A Virtude que Transforma a Vida

Sempre que vamos falar de sentimentos humanos em filosofia, temos que nos voltar para os antigos.

Os antigos possuíam um vocabulário muito extenso para o mundo interno – desde a mitologia grega.

Grande parte da mitologia trata de questões subjetivas do ser humano – inveja, cobiça, persistência, coragem… 

São virtudes humanas que os antigos traduziam em estórias.

Existia no grego antigo uma infinidade de palavras para cada sentimento humano.

As palavras dão sentido às coisas. São princípios organizantes.

Um sentimento, uma emoção é algo estranho até que a gente consiga identificar que sentimento é esse. É quando identificamos estas sensações que conseguimos nos sentir bem em relação a elas. Quando ganha um nome, esta energia é humanizada, passa a existir, a fazer sentido para nós. 

Por isso, conversar sobre o que a gente sente traz alívio.

Nomear os diferentes tipos de amor ampliam nossa compreensão de amor.

Dr. Tim Lomas  – Pesquisador de Psicologia Positiva, linguista, – identificou 14 palavras no grego para diferentes tipos de amor. Como ter nomes para 14 tipos diferentes de azul.

EROS – Amor do desejo pelo que falta – é como uma energia que move a vida – tesão pela vida.

Mania – O amor obsessivo e possessivo. Aquele que persegue, sufoca. Daí se origina a palavra maníaco.

Prâgma – Amor dos relacionamentos duradouros. É dedicado, atento, paciente.

Storge – Amor que protege, educa e cuida da família

Pathós – paixão, que tira razão, como patologia, o amor que toma e tira a razão.

Philia – Amor da amizade, o outro é o fim em si mesmo – desinteressado.

Meraki – Amor por determinadas práticas ou atividades;

Chōros – Amor que sentimos por determinados lugares, especialmente pelo lar, casa.

Philautia – Amor próprio, por si mesmo. Necessário para que tenhamos boa autoestima e autocuidado.

Epithymía – Amor com desejo sexual e paixão romântica;

Paixnidi – Amor que é romântico, afetuoso, carinhoso;

Anánkē – Amor à primeira vista, um amor por alguém que acabamos de conhecer e que não conseguimos evitar.

Koinōnía – Amor onde, de certa forma, perdemos um pouco da nossa individualidade para adotar um comportamento de grupo, conectado com o coletivo;

Sébomai – Amor que se refere a um tipo de devoção por uma divindade ou por crer em algo.

Ágape – Para os gregos antigos seria algo como compaixão e caridade e ganha um sentido mais profundo com Jesus de Nazaré, como explicado no vídeo.

Mas de onde vem, afinal, este amor?

Ágape é o amor que vem da fonte – no princípio de toda a vida – aquela força que permeia tudo o que existe, a força da vida que flui como um rio passando por todas as gerações que viveram antes de você.

Você recebeu dos seus pais, que receberam dos seus avós, que receberam dos seus bisavós e assim sucessivamente ad infitum…  até o início dos tempos.

Amor que passa por diferentes eras na imensa árvore geneológica da nossa espécie onde no fundo, assim como Jesus disse, somos todos irmãos, frutos da mesma árvore.  Mas vai além…  Através das diferentes espécies de seres ancestrais que antecederam a nossa… até algum ponto onde aconteceu o movimento primeiro, onde a química virou biologia, e a vida surgiu.  O ponto que é UNO, único e comum a tudo o que está vivo hoje neste planeta.

Este ponto é AMOR. O mesmo amor que flui como um rio rompendo todas as barreiras de tempo e espaço, de uma cadeia inimaginável de causas e efeitos que trouxeram a vida até você.

Aceitar e receber com amor esta herança, sem julgamentos com aqueles que vieram antes… Apenas aceitação, amor e gratidão. Este movimento interno de permitir que este rio chegue forte até você, preenche com o sentimento de amor, enche o peito.

Isso permite então, que você tenha as forças necessárias para juntar com a coragem de amar os seus semelhantes e dar o melhor de si em cada situação.

Dar o melhor – não estou falando de esforço, de quantidade, estou falando de qualidade, de presença…  

Ou como dizemos no popular,  fazer com amor. Colocar amor naquilo que faz.

Assim o amor flui até você e segue seu curso, adiante.  Em forma de ações no mundo que retornarão pra você, também, em forma de amor. Pois quanto mais amor damos, mais recebemos – um ciclo de abundância e prosperidade que é infinito.

Diouglas Hoppe

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